NEVASCA
Quando fomos passear na Costa do Sauípe, a chuva resolveu ir passear também. Em todos os dias que ficamos por lá, o sol não apareceu nem um minutinho. Para a gente que fica doido para dar um mergulho no mar, não teve outra alternativa, nadamos quando a chuva estiava e ficava nublado. Não podíamos fazer nada, a culpa era do tempo.
Oba, dia nublado! |
Também quando nos programamos para visitar Washington, em janeiro, decidimos ficar cinco dias, para poder ver bastante coisa com calma, considerando que os dias no invernos são mais curtos e não gosto de ficar na rua à noite em cidade que não conheço.
Mas, não contávamos que iríamos perder o voo de ida e chegar bem tarde.
Pior, não sabíamos que estava vindo uma nevasca, e, quando nos contaram, não sabíamos que tudo parava por causa dela.
Por que estou contanto isto? Porque nos noticiários uma situação fora do controle da natureza: um furacão que vem em direção à Florida, local onde todo mundo vai passear. Minha mãe mesmo, está com passagem marcada para segunda-feira e até agora não sabe se poderá embarcar.
E aí? O que fazer? Nada. Ou melhor, se preparar.
Se não der para ir, remarque. Se estiver lá e a mudança de clima de pegar, você vai ter que se adaptar.
Conto, então, nossa experiência na nevasca.
Quando soubermos que viria uma nevasca, achei que não seria nada demais, tanto é que falei para meu filho que estava em Nova Iorque para comprar sua passagem de trem para ir nos encontrar. Depois, precisou devolver e foi tudo bem.
A nevasca estava prevista para sexta e iria durar 24 horas.
Na quinta, quando estávamos voltando para o hotel, as pessoas no metrô estavam lotadas de sacolas carregando lanternas. Começamos a preocupar um pouquinho. Será que deveríamos comprar também? Uma mulher no metrô tirou seis da sacola e eram de todos tamanhos. E se faltasse luz? Morreríamos de frio? Perguntei no hotel e tranquilizaram, não iria faltar luz. Menos mal.
Na sexta, vimos no jornal que as repartições públicas iriam fechar meio-dia (incluía os museus) e o transporte público pararia por volta das três e os carros não seriam mais autorizados a circular.
Fomos ao museu do espaço e, literalmente, meio-dia expulsos de lá.
Voltamos para o hotel e no supermercado (whole foods) as pessoas estocavam comida. Sério! Não tinha quase nada!
Deu um pânico. Comecei a estocar também. Comprei arroz, macarrão, nuggets, pão, não tinha mais ovo. Como? Ontem estava super lotado de ovo! Ainda bem que nosso hotel era um apart, com cozinha e sala.
E começou a nevasca. E nevou e nevou e nevou. E ventou. E foram muitas horas nevando.
No sábado, continuava nevando. As crianças aproveitaram para brincar em frente ao hotel, a rua havia sumido, só havia neve.
sábado nevando |
Resolvemos sair para conhecer a casa branca. Com as crianças não deu certo. Primeiro foi meu marido para ver o caminho. Depois, fui eu. Eram 600 metros. Com neve no joelho, 600 mil!
Segunda, fomos embora. Não vimos um terço do que havíamos programado para conhecer.
Mas, conhecemos a neve, sobrevivemos a uma nevasca e nem precisamos ir à estação de ski que estava programada.
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